segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Capítulo 12 - Hot

Quente, estava quente. Fazia tempo que não suava assim, podia sentir algo escorrendo em minha testa. Alcancei um lenço com a mão direita que estava na cabeceira e enxuguei-a. Abri os olhos e noite a cama vazia, sem ninguém. Me senti meio sozinha, como um vazio que há tempos eu não sentia. Odiava essa sensação, há tempos eu vagava por aí sem a ajudava de ninguém, mas ultimamente eu me sentia fraca e isso não era bom. Eu só queria voltar para casa e me aconchegar na minha cama, esperar o café ser servido, ouvir mamãe me chamando para me ajudar com as flores e ouvir a história do dia, que meu pai contava sempre nas tardes. Eu queria isso. Eu quero ter isso de volta.
Eu estava de lado, com o lençol me cobrindo. Olhava o pequeno flecho de luz que entrava no quarto, ousando cada vez mais chegar perto de mim. Mas eu estava com o anel.
O anel que ganhei, essencial para a minha sobrevivência no sol. Ele era pesado e muito notável, mas eu agradecia muito por ele. Gostava de olhá-lo durante as primeiras horas da manhã e ver como as lembranças vinham até mim e queimavam sensações. Decidi olhar para ele, procurando colocar a minha mão esquerda a vista. Mas ele não estava lá. E nem na outra mão direita.
Abri os olhos totalmente, observando todo o redor. Nada de anel. Verifiquei a cama, a cama ao lado, o armário e embaixo da cadeira. Nada. Ele havia evaporado, como eu seria em alguns segundos.
- Está procurando isso?
- Sim! Dê-me.
- É? E se eu não der, o que você fará?
- Você se arrependerá pro resto de sua existência.
Ele deu um sorriso aberto, mostrando os seus dentes brancos perfeitos, e abrindo suas presas.
- Kath, eu já me arrependo. Eu me arrependi de ter te conhecido. Agora, não posso mais deixar você ir.
Observei como o seu olhar ficou afiado, vindo em minha direção. Não consegui ultrapassar a barreira de seus ombros extensos e seus braços mil vezes mais fortes que a minha força. Estava presa no meu próprio canto.
- Cedeu já? Eu esperava mais de você.
Ele sorriu novamente.
- Eu cansei, não consigo mais viver assim. Eu quero você.
Observei como o choque percorria discretamente o seu rosto, os músculos ficando tensos através da blusa de algodão preta
- Você não pode brincar comigo.
- Não, eu falo sério. Eu quero voltar.
O sorriso se tornou aberto, largo e a sua boca encostou os meus lábios. Passei as mãos entre as suas costas, reconhecendo cada pedaço. O cheiro era familiar, especialmente perto da nuca. Senti que não existia mais nada ali. Senti um puxão por entre as minhas pernas e logo eu estava no ar, e novamente, na cama. Consegui ficar em cima, tirando a camiseta algodão com facilidade. Fui para a calça, onde enfiei a mãos, tateando e procurando o que eu queria. E achei, Apertei bem forte entre as minhas mãos, peguei o anel e sai correndo do quarto, para longe. Bem longe.

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