sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Capítulo 8 - O Encontro

Os nossos olhares cruzaram-se. Em choque, os olhos arregalados foram se acalmando, suspiramos. Lexi, perplexa, falou em um tom alto.
- Não pode ser!
- Sim, pode ser. Ele voltou.
- Ele? Não pode ser mesmo!
- Pegue o celular e ligue para o último número.
- Não!
Ela estava me irritando, eu nunca iria brincar em se tratando dele. Olhando fixamente para mim, ela começou a prender o meu olhar, buscando algo para discordar. Depois de cinco minutos, ela pegou o celular quebrado do chão e saiu do quarto. Eu precisava de um ar. Peguei uma jaqueta que estava ao meu alcance e deixei meus pés me guiarem, seguindo sem rumo. O meu instinto de alerta estava ligado e parecia uma deficiente checando a toda hora a minha volta e mudando sempre de caminho. Tinha a impressão que ia me perder. Parei por um instante e vi onde estava. Um cemitério. Meus pés me levaram a um cemitério? Mas eu não tinha nada a ver com cemitério ...
(Se você foi engraçadinho e fez piadas sobre eu ser uma morta, só que viva, eu não gostei. E não ri.)
Parei por um instante e a vi. De novo. O meu dia só piorava. Estava ela chegando perto de umas lápides, a minha cópia mal feita.
- Oi, mãe. Oi, pai. - sussurrou ela.
Ela estava falando com quem? Olhei ao meu redor e não vi nenhum movimento. Ah, ela estava falando com as lápides... Que guria estranha. Ouvi passos se aproximando. Aposto que ela se assusta em três, dois, um...
- Meredith! Bonnie! Que susto!
É, eu sou demais. Susto mesmo ela teria se eu saísse da árvore e cortasse o pescoço das amigas delas, isso sim seria um susto. Minha cópia parecia muito triste, deslocada. A baixinha começou a contar umas mentiras para tentar acalmar a amiga, acho. Ah, amigas... Eu sentia falta de ter amigas. Lexi era uma boa companhia, mas sabia ser estranha às vezes. Acho que ela se expõe demais com humanos (principalmente homens) e um dia vai se arrepender disso porque ...
Sangue. Senti cheiro de sangue. As três tolas estavam se furando? Ainda bem que esse sangue não me afeta, geralmente quem tem com problemas de sangue de adolescentes são vampiros mal resolvidos.
Para que elas estavam se furando mesmo?
- E eu juro não descansar até que o Stefan me pertença. - ouvi a cópia malfeita dizer.
- O QUÊ, PIRANHA?

Lancei uma rajada de vento em direção a elas. (Isso sempre assustava as crianças).
- Está escuro. - disse a minha cópia surpresa.
Isso, está escuro. Para casa, crianças!
- É melhor a gente ir para casa. - disse a baixinha.
Isso, vão para casa. E desistam da ideia.
Voltei para a pensão pensando na bendita cena: quem ela pensa que era? Ela deveria ter algum distúrbio ou era doida mesmo. Nem pensar que ela chegaria perto dele... Eu precisava tomar uma atitude. E iria, se não tivesse com a estranha sensação de alguém me seguindo. Cortei caminho e me afundei nas ruas mais movimentadas, tentando me misturar a multidão. Finalmente, cheguei à pensão e fiquei extremamente feliz por estar em casa.
Em casa?
Fui direto para o quarto e me esparramei na cama. Virei para o lado da cômoda e tomei um susto: o bendito celular estava ali, bem ao meu lado, tocando. Eu atendi.
- O QUE FOI?
- Nossa, Kath! O que aconteceu?
Sim, era ele. Klaus.
- Péssimo dia, péssima hora. ME DEIXE EM PAZ.
Gritei loucamente para o aparelho e em seguida, desliguei. Adorava ficar por cima.

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