quarta-feira, 2 de março de 2011

Capítulo 19 - Procurando Nemo Lexi

Só para mim mesmo, ir buscar uma vampira de trezentos anos mesmo. O que você fez na sua folga, Kath? Foi buscar minha amiga. Desliguei o telefone e fui ao banheiro jogar uma água no rosto. Me vesti e saí em busca de Lexi. Analisando as suas coodernadas, teria que usar um pouco a mais do que meus pés para alcançá-la, se eu quisesse vir a tempo do almoço.
Andei até a área mais afastada da cidade, chegando perto da ponte. Andando mais um pouco, pude ouvir um som estranho, meio abafado. Não sei porque, mas isso me chamou a atenção. Eu deveria estar acostumada com coisas estranhas nessa cidade, já que ela era um tipo de encontro de macumbeiros, mas isso me fez parar. Fiquei calada e me concentrei, deixando meus instintos me levar. Fui até o meio da floresta, no encontro de árvores centenárias, cujas copas eram tão fechadas, que não emitiam luz do sol para mim. Olhei em volta, o som ficando forte. Passei as mãos nas folhas caídas, revirei os troncos do chão e dei voltas pelo local, mas nada. Mas o som ficava forte, e não achava de onde era. Quando parei para olhar, percebi de onde vinha o barulho: do alto de uma copa. Subi para ver um gatinho lindo, branco, com os olhos afiados, em cima do galho mais alto da copa. O pobrezinho estava preso, nesse lugar tão distante. Peguei ele gentilmente, colocando-o no chão. Ele veio perto da minha perna, esfregando-se nos meus pés. Depois, saiu.
Que gatinho fofo, adorei sua forma peluda branca e seus olhos afiados. Depois de salvar uma vida, fui salvar outra. Cheguei no prédio, onde as coordenadas me levaram. A fachada era meio velha, com a tintura se acabando. No topo, dizia-se: “Delegacia”.
- Kathhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Muito Obrigada!
- Posso perguntar como você foi pega?
- É .... é ... melhor não.
- Posso perguntar que raios você estava fazendo por aqui?
- Ah, não.
- Obrigada pela consideração, amiga.
- De nada, Kath.
Fiz uma cara de brava e seguimos para casa. No caminho, convidei ela para caçar, mas estava ainda na coisa de sangue do hospital. Então, fui sozinha. Fazia certo tempo que estava na seca (no sentido de sangue, claro) e precisa urgentemente comer. Os meus olhos ardiam hoje, minha boca salivando. Fui até o parque, atraindo facilmente um grupo de adolescentes.
- Olá, gostosa. O que faz aqui?
- Eu meio que estou faltando à aula, só que minha mãe não sabe...
- Olha, nós também estamos... aula para que, certo?
Os três riram, dando um movimento brusco com as mãos. Eu sorri, colocando as mãos para trás, dando meu melhor sorriso inocente. Cheguei um passo para trás, quando eles avançaram.
- Vamos dar um passeio por aí? O dia está mesmo lindo.
- Pois é, esse sol está pedindo um dia bom.
Andamos juntos, eu sempre desviando do mais fortão, que tinha o cabelo raspado e ombros largos que podia ver através da camiseta de futebol. Andei em círculos com eles, todos me levando para a floresta. Coitados, eu estava sentindo pena há essa hora. Quando, entre uma conversa e outra, ele começou a me beijar e os outros dois a olhar e apreciar, não pude deixar passar muito, pois logo veio à vontade me queimando. A sede veio, minha boca se enchendo de vontade. Então, o mordi. Peguei bem na área certa.
Os outros dois começaram a correr, então tive que o largar ali e ir atrás dos dois. O loiro tentou escapar pelos fundos, mas acabou se metendo mais na floresta. Peguei ele por cima, mordendo-o e o levando para o lugar, de novo. O outro, meio magrinho, terminei rápido de sugar o sangue e deixei caído. Enquanto terminava com os três, a explosão de sabor me enchia e me deixava contente. Estava quase acabando o grandão, quando ouvi passos. Percebi que estava perto da igreja velha, então os levei, cuidadosamente até lá. Joguei os corpos lá dentro e como estavam ficando mais perto, me transformei.
Os pelos brancos me deixaram linda! Andei pela floresta, passando pelos passos: eram dois policiais. Saí bem na hora. Andei até o centro, visitando a cidade por outra perspectiva.

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