quarta-feira, 9 de março de 2011

Capítulo 27 - 3...

O ataque dos cães foi preciso. Na verdade, foi um belo teste. Às vezes, eu subestimava o que poderia fazer ... mesmo sendo uma vampira já com idade (ai, que dor falar isso), não tinha testado tudo o que poderia fazer. Acho que Klaus me limitou boa parte do tempo, porque sempre vivia com medo e sob supervisão. Mas eu gostava de testar novas coisas, saber até onde poderia ir. Limites existem para serem ultrapassados, não para nos servir de barreira.
Eu iria sentir falta daquele lugar. A pensão, a escola, a livraria. Mas não podia ficar ... despedi-me com muito custo, olhando para as coisas que havia deixado e acumulado. A sensação de que algo me faltava era inquietante, totós os meus pensamentos estavam voltados para isso.
Estava ficando faminta. Floresta, sim. Eu iria me alimentar antes de fazer algo. Foi algo bom, estava com muita vontade de me alimentar de algo diferente. Peguei o corpo, procurando a cripta para jogar. Ah, esqueci da velha maluca fantasma.
Os garotos estavam no cemitério, unidos por laços de medo e atenção. Estavam com poucas lanternas, tentando enxergar algo em meio a um breu total. Entrando na cripta da velha igreja sem convite, a figura flutuante os surpreendeu logo no início.
A figura, um misto de luz clara e amarela, parecia um holograma de luzes infinitas. Era um fantasma com assuntos não-resolvidos, preso em suas próprias lamentações. Agora, tomava forma e voz através de um criança para tentar fazer justiça.
- Este é o seu campo de batalha. Essa cripta foi construída para mim, pelo povo de Fell’s Church.
O fantasma enchia o lugar com suas palavras e histórias, chateando e acabando com a paciência da imortal que aguardava na parte interior da cripta.
- Outro Poder veio a Fell’s Church, cheio de ódio e destruição. Profanou meu ...
Que fantasma mentiroso. Eu não tinha profanado o seu lugar, só usei para guardar os corpos. Queria que eu deixasse ali?
- Esteve esperando por você. Observando seus passos .... às vezes, na forma de uma coruja.
E fofoqueiro. Dá mais dicas, eles ainda não sacaram. Que ódio, preciso acabar com isso.
- Não ouviu? Temos que enfrentar o Outro Poder! E ele está aqui, bem agora ...
O quê? Eu ouvi isso? Elena, a piranha maldita estava tentando me enfrentar?
Não pode ser ... quem raios ela pensa que é? Pirralha maldita, agora eu te dou uma lição. A minha mente só focava uma coisa: Stefan entregando o meu anel para ela. Eles trocaram sangue com ela. Damon fazia as mesmas cantadas, para ela. Ela havia roubado a minha vida.
Veio em minha mente, ao ouvir passos adentro da cripta, uma imagem de tigre branco, com bigodes finos e retos, meus fios de prata. O meu pelo branco puro, era algo que gostava de pensar como algo real, os riscos dourados eram o brilho final para a figura dourada e branca que eu tanto gostava de me transformar. A névoa pairava sob o local, deixando tudo mais frio e arrepiante.
Senti um arrepio vindo por trás de mim, quando uma pantera preta me atingiu. Droga, Damon. Ele iria ver, me atacando assim de surpresa. Rosnei, gritando e despejando o que estava guardado. Parti para cima, mordendo seu pescoço e mandando todos os pensamentos de traição que sentia ... como ele podia ter me trocado?
Olhando-me nos olhos, senti um arrepio na espinha. Seus olhos estavam tão diferentes, mudados. Ele não era a mesma pessoa que havia conhecido há tanto tempo... ele havia mudado. Eu ... não sentia o que eu sentia ... Amor? Não. Não amava-o mais. Ele me traiu. Os dois me traíram. Não me esperam, não vieram me ajudar ... eu o odiava. Eu os odiava.
Ele caiu fácil. Claro, desde que começou a trocar fluídos com a piranha, havia ficado fraco. Stefan também foi fácil. Bem feito, iria pegar um por um. Lançando a névoa neles, o meu poder concentrado os deixou caídos, enquanto os amarrava e pensava no que faria...
- Coruja branca. Ave de Rapina. Caçador. Tigre. Brincando com você como um gato com um camundongo ... como um gato. Como uma gatinha branca!
- Miau! Pois é, sou eu. Você não é tão idiota quanto eu pensava.
Falei, com ironia. Cheguei perto da figura fraca e insuportável que me encarava, cheia de arrogância. Ajeitei o vestido azul que me cobria, arrumando o cabelo para a parte de trás. Olhava fixamente para o meu cristal no pescoço e depois para o anel que ela empunhava. Era meu ...
- Por que você fez isso?
- Porque é amor.
- Amor? Que tipo de amor é esse?
- Querida, o amor é mais complicado que uma companhia de baile. O amor é um sentimento paciente, caloroso. Verdadeiro, acima de tudo. Às vezes, precisamos dar um alerta, pois a vida não é só felicidade, minha cara.
Tinha certeza que ela não prestou a atenção em nada. Podia ver como seus olhos secavam Damon. Mas, espera ... ela não estava com Stefan?
- De qual deles você gosta mais? Diga, vamos!
Ela me olhou, confusa. Ah, que falsa ... criticou-me tanto, hein? E agora estava se iludindo e iludindo-os, com essa falsa pureza.
Meninas gananciosas devem ser castigadas. E você, foi uma.

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