sexta-feira, 4 de março de 2011

Capítulo 22 - Anoitecer

Outro toque. Eu sabia que não seria bem quisto abrir a porta no meio da noite, mas meu coração pulava com as emoções surgindo e pulsando através da minha pele. Saí da cama, calçando e protegendo os meus pés. Andei suavemente, não tentando ouvir a mente através da porta para guardar surpresa. Ajeitei o meu cabelo e abri a porta, com um tom de surpresa e alegria quando vi a familiar figura parada na porta.
- Senhorita Katherine. Desculpe pertubá-la no meio da noite, mas eu...
Ele estava formidável. Vestia uma camisa de algodão branca de manga longa e uma calça de alfaiataria preta. Os cabelos lisos escuros estavam desgrenhados, os olhos fixando-se em mim, tocando algo além do físico.
- Sim, pois não?
- É ...
As suas palavras sumiram. Ri por um instante, mas logo procurei um motivo para prolongar o momento. Decidi por um passeio no jardim. Isso era uma desculpa inocente. E ficou inocente durante os dias que se seguiram. Durante as horas do dia, ficava ansiosamente aguardando o cair do sol para poder ter um tempo de qualidade e a sós, com ele. Isso me fazia sentir algo novo ... era algo que nunca havia sentido antes.
As tosses do meu pai ficavam cada mês mais fortes, ele estava debilitado e procurava um casamento para mim. A minha doença já era passado para ele, então acreditava piamente que eu poderia deixar de acompanhá-lo e fixar-se em um casamento. Bem, olhando nos olhos dele, que eram de um azul profundo da meia-noite que nos envolvia, poderia tocar esse futuro desejado por meu pai. Mas, não poderia. Eu não era ... normal. Essa normalidade não pertencia a mim. Como eu poderia viver algo normal, se isso não fazia parte da minha realidade? Nunca ficaria velha, teria sempre que me alimentar escondida ... não conseguiria viver em uma mentira, principalmente mentir para mais uma pessoa que não merecia.
Observando a lua, que estava majestosa essa noite, cheguei a uma conclusão. Eu iria revelar. Se meu futuro planejado fosse seguir um rumo, teria que ser algo verdadeiro. Eu queria sentir e desfrutar de tudo que poderia. Eu queria isso! Ouvi as batidas na porta e a abri com certo pesar. Verifiquei o corredor vazio e o convidei a entrar. Com um sorriso de vitória no rosto, ele me pegou pela cintura, me beijando docemente... ele achava sempre que quebraria se tocasse meus lábios. Me abraçando, ele me sentiu tensa e perguntou se tudo estava bem. Tirando o casaco, o quarto ficou silencioso, podia ouvir somente a sua respiração pesada e palpitante. Eu iria começar, mas não sabia como iria terminar ...
- Eu amo você.
- Eu também lhe amo, Katherine.
O sorriso veio, olhos brilhando. Cheguei mais perto dele, fazendo-o sentar em minha poltrona perto da penteadeira velha. Sentei no seu colo, me aproximando do seu rosto. Olhando-me profundamente, ele beijava o meu rosto, acariciando a minha costa.
- E sabe que, gostaria de ter um brilhante futuro com você. Pois eu o amo profundamente. Quero ter a sua companhia por toda a eternidade...
- Katherine. Não sei dar nome aos meus sentimentos por você ... isso é novo para mim, mas posso lhe garantir que é algo mais belo, profundo e te valor que tenho para lhe dar.
Ah, eu poderia viver para sempre com isso. Partindo para o meu pescoço, ele me dava pequenas mordidas, me fazendo estremecer. Decidi por começar a lhe contar minha história, relatando a doença que me consumiu anos antes, lembrando dos dias que estava condenada a morte por todos que me viam e sabiam da minha história. Contei como todos não me davam chances e que minhas esperanças haviam acabado, enquanto eu tirava a sua blusa e deslizava minha mão sob sua pele macia, quente e cheirosa. O contato com a sua pele me fez relaxar, esquentando meu corpo com a proximidade de seus lábios. Quando cheguei na parte da transformação, explicando que minha cura foi a minha morte, seu rosto chocou-se. Endureci por dentro, puxando o lençol sob o meu peito.
- Eu quero sentir.
- O que?
- Katherine, quando digo que quero compartilhar tudo com você, não estou te iludindo. Posso sentir você, sua angústia e reflexão. Eu quero conhecer você, compartilhar e fazer parte do seu mundo.
Relaxando em seus braços, subi em cima dele, jogando o lençol para o chão. Alisei o seu peito e o beijei, sentindo o aroma entrar e queimar dentro de mim. O desejo explodiu e foi quando os dentes saíram e perfurei o seu pescoço, sentindo o sangue fresco invadir a mina mente. Cortei meu braço, sentindo a apressada boca vindo me tocar. Adormeci nesse estado, abraçada a seu corpo quente.
A manhã estava iluminada, fazendo com que todas as criaturas acordassem animadas neste dia. O sol generoso entrou sem permissão no quarto da jovem, com o convite malicioso da fresta da janela principal do quarto. Ele inundou a cama da jovem, acordando-a.
A bela moça esfregou os olhando, tocando o seu corpo coberto de sangue. Percebendo sua roupa nula, ela puxou o lençol, cobrindo-se, envergonhada. Refletindo e olhando para a claridade, ela procura em sua cama algo, mas não encontra o que procurava, mostrando em sua face tons de preocupação.
Uma sombra tomou forma no lado de sua janela esquerda, chamando imediatamente sua atenção. Uma corrente de frieza a rondava, tornando o lugar uma escuridão de rancor. A sombra tornou-se mais decifrável quando chegava perto dela, revelando a face de um homem de quarenta anos, com cabelos acinzentados, alto, magro e musculoso. Os olhos vermelho fúria chegaram perto da moça, atacando-a e fazendo gritar. Pena que seus pavores foram sufocados pela onda de poder da criatura.
Ninguém viu a figura sinistra carregando o seu corpo da pequena mulher loura para fora da mansão Salvatore.

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