quarta-feira, 9 de março de 2011

Capítulo 23 - Adeus,Elena.

Lexi me alertou. Mas claro, não a ouvi. Eu precisava vê-lo. Sentir sua presença, mesmo que tal necessidade havia me machucado tanto nos últimos meses. Saber que estavam bem – mesmo que fora do meu domínio – me fazia bem. Eu precisava disso para me manter sã. Por um momento, lembrei dos dias em que éramos só nós três e mais nada.
- Eu te amo, Stefan.
Não era uma lembrança. Mas sim Elena, sussurrando as palavras para Stefan. A minha surpresa oi grande quando ele se afastou dela, estendendo suas mãos para debaixo do suéter e pegando uma corrente dourada. Nela havia um anel de ouro, lindamente trabalhado, com um lápis lazuli incrustado. Perto da pedra, havia um pequeno risco, que não tirava destaque da pedra, mas deixava uma marca. Como eu sabia disso? Porque ele era meu. O anel era meu.
Ele retirou o anel da corrente, entregando a Elena e dizendo:
- Quando Katherine morreu, pensei que nunca mais amaria alguém. Embora soubesse que ela teria desejado que isso acontecesse, eu tinha certeza que jamais voltaria a amar. Mas eu estava errado.
Na verdade, você sempre esteve errado. E hipócrita. Não sentia verdade em suas palavras e agora me dei conta do motivo. Você disse que me amava, que eu deveria deixar o seu “estúpido irmão” e escolher você, pois seria a escolha certa e segura. Que ficar comigo era a sua prioridade, que seria para sempre e que você preferia morrer a viver sem mim.
Mas o que você fez? Joga as suas palavras ao vento e faz isso comigo. Uma maldita piranha, que nada mais é que uma cópia ferrada do que eu sou. Você disputa a atenção dela com o seu irmão. Você não vê que ela só quer brincar com vocês? Você adora mesmo ser pisado. Nasceu para isso. Como, seu idiota, ela poderia ser a melhor escolha? Se iluda assim, acabasse de cair em uma armadilha! Quero que essa vadia sofra por ter se metido no caminho.
Afastei-me da visão geral. Precisava de poder. Não iria ser idiota novamente. Ser impulsiva. Isso só havia me ferrado antes. Correndo pelas ruas, achei a floresta facilmente. Concentrei meu poder, fixando a minha mente.Lágrimas caiam do meu rosto, inutilmente eu tentava pará-las. Senti a presença de humanos chegando, era isso.
Na verdade, já foi.
Não, eu não estava com raiva. Ódio? Não. Não conseguia nomear tal sentimento e olha que já tinha décadas de existência. Só queria dar um basta nisso. Chega de brincadeiras e deixar isso passar. Eu vou resolver isso.
O que ela pensava? Iria ser melhor que eu? Por algum motivo do inferno, ela apareceu no meio do caminho e agora, queria roubá-los de mim. Apropriando-se da minha figura e dos meus sentimentos, envolveu-os de tal modo que achavam que isso era amor. Quem ela pensava que é, para me julgar? Nada. Ela não é nada. Só era uma adolescente mimada, que importava somente com seu próprio umbigo. Ela disse que não cometeria os meus erros? Querida, você está fazendo pior do que eu. Não sabe nada da vida e quer se fazer de importante. Cresça, criança.
O dia estava nublado e frio. Geralmente, o clima acompanhava o meu humor, era estranho. Aproveitei a neblina, jogando para perto do carro estacionado. O vento estava forte, passando pelas minhas asas e fortificando-me. Podia sentir o desespero. Eu gostava disso. Cadê a sua presunção? E Stefan? E Damon? Só nós duas, agora.
- Pare, Damon! Pare!
Querida, você está louca? Se ele quisesse te matar, você já estaria no caixão. Cheguei perto do seu vidro traseiro, onde pude ver meu reflexo tomar forma. Uma ajudinha para ela, como sou boa pessoa. Olhando bem, eu ficava perfeita nessa forma de coruja. Na verdade, maravilhosa! Opa, Elena. Ah, ela estava presa em uma árvore.
- Hoje não é o seu dia de sorte, querida! É o meu!
Vibrava de emoção. Persegui o carro, que infelizmente se destrancou. Errei o vento no carro por pouco. Não devia ter bebido tanto, devia ter deixado o adolescente bebum escapar. As árvores foram caindo, mas nada de cair sobre o carro dela. Droga.
Acompanhei até a ponte, quando percebi que não poderia mais atravessar ... droga de água corrente. Fiquei vendo o carro desgovernado, que deslizava sobre a pista. As rodas pegaram as pranchas mais escorregadias e o carro derrapou, batendo na grade da ponte de madeira antiga. O carro capotou e caiu na água escura. Pousei sob a placa, vendo o carro afundar na água gélida e escura do rio ...
Droga de ponte, eu queria ter feito isso. Mas ... está feito. A água gelada deu seu último truque, envolvendo permanentemente o carro ... O dia estava frio, mas eu estava quente.

Um comentário: